...eram dois futebolistas!
A vantagem de ser futebolista!
Não gosto de futebol. Sempre achei que as equipas profissionais não deveriam existir. Mais, a haver futebol só a equipa nacional...
Nada como a morte de um jogador de futebol para desencadear uma onda coletiva de comoção e homenagens sem fim. Naturalmente, é trágico e profundamente lamentável perder dois jovens. No entanto, pergunto: quantos artistas, cientistas e intelectuais já faleceram sem merecer sequer uma fração desta cobertura mediática?
Durante dias, os meios de comunicação não vão fazer mais do que explorar (sim, explorar) o tema até à exaustão. O mais absurdo é que, até então, este jogador era praticamente desconhecido à escala global. Subitamente, é elevado ao estatuto de "segundo Ronaldo", como se a morte concedesse automaticamente uma aura de genialidade.
É a velha hipocrisia social: só se valoriza verdadeiramente alguém quando já não está cá. A morte transforma figuras normais em lendas, e o público embarca nesse fanatismo com uma facilidade desconcertante.
Francamente, falta-me a paciência para tanto teatro e tanta falsidade.